segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Saudade

Saudades tuas,  praieira.
Saudades tua, morena.
Gigante pequena
Teu cheiro, tua cor, teu suor, teu amor
Tua dança, teu som, tua voz, calor
Quando sopra doce vento em meu pescoço
Eu me misturo ao seu ar e me perco em seu dorso
Só quero teu colo quente, quente como seu sangue
tua pele nos rios, nas praias, no mangue
teus braços, abraços, espaços, compassos, amassos  
Cada instante que eu me completo de ti
Nem que seja em sonhos ou pensamentos
Que em todos os momentos me perguntam por que parti.

Saudade...

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

De verso, diverso, de ver são, de versão.

Amigo, amigo, a rua é grande.
E ainda existem as calçadas, não precisa caminhar junto a ninguém.
Nem seguir o rastro de quem já passou e pode estar aquém
Também não se incomode se faz seu caminho sozinho
Podemos seguir por onde quisermos, se quisermos, no saptinho.
A rua é larga, não há porque cruzar o caminho de ninguém.
Existem ruas e infindáveis ruas; para mal, para bem e para além.
Existem verdades e inverdades ocultas e nuas, feitas ou cruas.
Se quiser, escolha as suas.
A mente de ideias é um moinho.
Com todo o respeito, amigo,
Mas há muito mais que um só caminho.  


                                                                       22/09/2016

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Quando se calaram

"Quando se calaram os sinos,
 Se calaram as Igrejas,
 Os narradores,
 Os estádios,
 Os egos,
 Aí então começamos a nos ouvir uns aos outros"

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Moça


Moça 






Foi num dia branco de Geraldo
Bem no largo do amparo de Alceu
Quando lhe viu entre os becos de Olinda
Meu coração então se perdeu
E eu caminhei por entre os becos veloz
E eu viajei ao som da sua voz

Moça, ah ah. Moça.......aha

Seu sorriso marcou meus sentidos
O tempo todo não paro de pensar
Queria tanto rever o seu brilho
E nos seus braços fazer meu lugar
Eu quero ter você perto de mim
Eu quero me perder sobre o seu corpo sem fim
E lhe amar sem ter medo
E desvendar os seus segredos

Moça, ah ah. Moça....aha




Composição: Romeu Silva 
Voz e Violão
Produção: Victor KR

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Amem

O amor é tão senhor de si e presente
Que nada ocupa o seu lugar.
De sorte que mesmo quando
Ele se vai - se  possível for-
Nada ocupa o seu lugar,
A não ser o amor outra vez.
Quando se ama
tem-se uma sensação de eternidade.
Presente ou ausente, paradoxalmente,
O amor está ali sempre.
Amem.

domingo, 5 de junho de 2016

Um relato breve

Ah, quem me dera meu nome fosse Francisco
Daí que eu seria alegria em meio a dor,
Vida em meio à seca,
Poesia em meio à violência e a ignorância,
Fé e compaixão de ante da desesperança.

Ah, quem me dera eu fosse herói!
Fosse Virgulino
Fosse arte, de nome Vitalino

Um apaixonado errante
Mesmo errando, nunca enganado

Tivesse eu peito pra receber as balas
Da hipocrisia e zombar de seu fedor

Mas só me encontro entre as letras

E por essa veredas travo minhas
Mais sórdidas e limpas batalhas

Vivo por ter sonhos
Mesmo distante, neles me inspiro

Escrevo, não nego
Preciso.
   

quarta-feira, 16 de março de 2016

Sertão é no peito

A seca que fere, marca, dói, faz sofrer e mata meu povo todo dia por séculos e séculos é um problema cruel.
Mas não é obra da natureza, essa é sim imparcial.
Muito menos obra divina, que para uns se cala, para outros, se esqueceu; para outros, nem existe.
Essa seca que há e assola não jaz no solo nordestino. Ela faz morada é no peito do homem.
Ali, a sua alma está seca. Seca de vida e de compaixão.
Um casca velha, grossa e covarde tal qual as cercas ao redor dos açudes apossados pelos "coronés".
A indiferença desses queima muito mais que os raios de sol.
E o meu povo, o que pode fazer?
Sofrer é a resposta. Mas não a solução.
Nordeste é terra de contradições: esperança e tristeza são irmãs gêmeas. A dor e a fé estão de mãos dadas.
Enquanto os olhos do meu povo estão turvos e cansados, os dos que mandam estão fechados por escolha própria.
Ai de nós todo o sempre.
Que no sertão a felicidade parece com a lua: vai-se embora quando o sol surge.


Você lembra?

Acordava antes para ficar lhe admirando e só.
Mas você lembra?
Fazia toda a força do mundo pra desacelerar o peito e a respiração, desatar da garganta o nó dizendo eu 'Eu amo você" que continha toda a pulsação do mundo.
Mas você lembra?
Errava, chorava e me perdia diante de suas palavras.
Mas você lembra?
Sonhava, cantava, me permitia e vivia nós.
Mas você lembra?
Estive, estou e estarei pronto pra lhe sonhar mais e mais até não sobrar tanto mais.
Mas você lembra?

SILVA, Romeu.