quinta-feira, 15 de março de 2012

Não se trata de simbolo, apenas

Santa lei deficiente

Imagine o martírio das correntes,
as dores e marcas nos pulsos.
Doem além da carne, o espírito.

Pense, todo o esforço e empenho
de seu trabalho render frutos
que você não merece.

Viver em grandes pastos e extensões,
 mesmo assim não poder andar.
Ser tido como um sem alma,
sem pátria, sem razão, sem dignidade.

Socorro, quem há de providenciar?
A quem pedir ajuda?
Pena de mim!
O que será que não sou,
se os meus deuses são demônios?

De animal a enfezado,
já recebi vários títulos.
Dentre todos, os melhores eram:
finado ou pobre coitado.

Mas, até que enfim, isso acabou.

Por interesses ou não.
Reconhecimento, pena, culpa 
ou remorso, talvez.

Dizer que esta lei não tem valor?!
Você pode até saber o que é a liberdade,
mas não tem a mínima noção do que são as correntes.

Com todos os efeitos e defeitos, obrigado, princesa.

Ass.: o homem

quarta-feira, 14 de março de 2012

Emblema

Erga-te, coração!
Não definhes em terras estranhas.
Não deixe de lados tuas artimanhas.
Finque tua bandeira, emoção!

Levanta-te, fonte tola de esperança!
Não tenhas medo,
se o perigo não te alcança.

Bata, vibre, pulse: viva!
"És minha viga", diz o sonhar.
Quando ressurgires,
junto a ti virá o amor de vez
então não haverá dor. Talvez.

De todas as emoções que se vive,
dos rancores e amores que se cative,
é saber que em tua vida fizeste emblema
e encontra-se em tua lápide:
"Valeu a pena."

segunda-feira, 12 de março de 2012

Carol

Ela é, se não tudo,
O mundo e um pouco
                     [mais...

Amor que segue á luz.
Imagino-me poeta,
só por um instante,
na multidão de suas
letras.
E expresso-me nas rimas
Da letra de um cantante.

Negra, Negra é...

Dê-me seu perfume.
Basta um simples sorriso,
e já me leva ao ciúme
                   [ de mim, até.

Da minha sonhada vida
nada sei ou espero;
Nada do mundo
que não seja tão profundo
como seu olhar sincero.

De uma noite sem fim

Só para saber. A noite é baixa:
A solidão se faz minha companheira
O mundo, mesmo com vida, é morto.
Em saber que, mesmo perto, estás longe,
Tudo é dor.

O vento!? Esse não é amigo:
Abraços frios, secos e sem tom.

As nuvens fecham seus olhos para mim;
As estrelas se escondem para rir de tudo.
Mas tenho olhos, tenho esperança:
Cada malvado passo que ouço não é o seu - Maldição! 
No entanto, o fogo de sua memória é tolo:
Faz-me resistir.
Insisto; sei que não é bobagem; não vou desistir. 
Enquanto você, ao menos em minhas memórias sorrir,
Serei todo, serei fogo, terei asas: serei seu.

Teatro Nelson Rodrigues,
onde minha vida não vivi.
Mas, ao mirá-la outra vez,
Minha morte morrer eu senti.
E se isso é tudo? Não 
Tal palavra foi feita só para ela.

sábado, 10 de março de 2012

Sonho

De sonhar morreu o louco
E de amar, o poeta.
E eu, o tanto de louco que sou por ti,
Faço-me poeta. 
Pois sonho um dia
Morrer de amor em teus braços
Para que faça dos meus passos
Um caminho sem volta
Rumo aos teus afagos.

O verdadeiro cego

"Cego é quem não ver o som das cores frias e fortes
de um rosto de dor, e não ouve os gritos ensurdecedores
das lagrimas de um coração que sangra."

Apenas um fantoche

...E pergunta um duvidoso:
- O 'qué' uma poesia?
Passados minutos, o vento responde:
 - Apenas um mero capricho da inspiração.
   Essa sim é quem é o tocante.
- Mas... E o poeta, meu senhor?
- Ah, esse é apenas um fantoche nas mãos da emoção.