segunda-feira, 18 de junho de 2018

é que...

Um dia já fui bom com palavras, mais habituado às escritas.
Tinha pra mim que minhas ideias eram duradouras
e ficariam para o futuro, como as palavras em livros.
Uma vez registradas, seriam filhas da eternidade
Com o passar do tempo as palavras faladas foram ganhando
mais espaço.
Pois o agora ganhava a mesma importância que o depois.
E me parecia já não haver paciência para converter emoções em letras.
Era quase tudo um desabafo, o mais imediato apenas. 
Nada muito pretencioso.
Hoje, tempos e tempos depois, o silêncio se tornou quase soberano,
mas não um tirano. É servidão voluntária.
é que o tempo me mostrou que tenho muito mais a ver e ouvir do que dizer.
Um olhar, um gesto, um sorriso dizem mais do que eu possa expressar,
e o escrever se torna algo incompleto, pra não dizer sem serventia.
Palavras fogem, verdades fogem.
É um tanto assim o meu silêncio, o por que di meu silêncio.
Acorda o aprendiz e dorme (adormece) o poeta.