domingo, 2 de novembro de 2014

Poeminha do despreocupado


Todos estes que aí estão
atravancando o meu caminho.
Eles passarão.
E eu?! Eu também, passarinho.

Homenagem a Mario Quintana


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

é você

E você me aparecer assim,
linda e subversiva
Fico sem saber o que pensar,
só tendo o que sentir
Minha alegria se faz viva
Talvez não seja, mas é...
É você morando em meu peito.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Vinícius de Moraes

É...
Dividir em ti a História
Loucura não seria.
Negar tua leitura, uma apostasia.

Não caminhar os teus passos,
Mas tê-los como guia.
Entre amores e vida
Me fazer poesia.

Atirar-me ao mar
Para encontrar teu segredo,
Pois de não seguir teu exemplo
Morro de medo.

Pecado que seja, perdoe-me, Deus.
Faço de teus sonhos, Poeta,
Mandamentos meus.


                                           São Gonçalo, 2010

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Débora

Amanheceu e já lhe tenho aqui.
Trago-a no meu peito.
Tem passe livre 
por meu sonhos e pensamentos.
Nesses e em todos os momentos,
sem pudor, com respeito: 
Bem vinda!
Meus sorrisos são seus.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Luar I

Nessa noite o céu se abriu.
Não. Foi meu estúpido e simples olhar quem descobriu
A beleza dessa vida encantada
Que de graça nos é dada
E a gente só faz ignorar.

Essa lindeza que de triste nada tem
É um presente divido e feminino, também.
Encanta e apaixona.
É leve, não aprisiona.

Coisa boníssima e verdade
Digna de poesia e refrão:
Eh, minha gente.
Não há, realmente,
Luar como esse do Sertão.

domingo, 27 de julho de 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Verdade sem métrica

No primeiro ver foi paixão,
E então se seguiu um sorriso:
Na certeza do amor que viso,
Entreguei-te minha direção.

E, Pobre!
Deste coração nobre,
Que de destino ou sorte,
prefere a morte
ao ver-te entre braços
na companhia de um amor
em pegadas que não sejam
seus passos.


Convite

Seu sorriso é o primeiro convite para que eu atente em mergulhar em seu mundo.





                                                                                                                         .

domingo, 8 de junho de 2014

Sonho de um Patinador

Sonhei. Sonhei sim,
Que o céu se fazia nosso chão.
Em Órion, nossa constelação,
As estrelas eram flores em nosso jardim.

A música mais bela circundava nossos passos,
Como feita por nossos traços.
A poesia riscamos, a mais linda foi ela.

Fomos um só.
A multidão desvairada,
Na garganta um nó.

Deslizando sem erros como leve pena,
A paixão em movimentos
De uma forma tão plena
Conheci a perfeição
E o amor se fez em nós
A plateia enlouquecida,
Mesmo já sem voz.

Com muita inveja,
O perfeito igual a ti quis ser.
Se fui algo em algum instante,
Apenas coadjuvante
Ao te ver o infinito transcender.

E, num conto helênico,
Cerrei-te com um beijo estimado.
Sei, sei foi um sonho.

Mas preferiria não ter acordado.

                                                                   2011, durante as olimpíadas de inverno.

sábado, 31 de maio de 2014

Do que me fazer crer


Graças a ti, doce menina,
Que tanto me inspira,
É que minh’alma suspira
Por tal beleza feminina.

Tanto é, que de minha mente
Foge a razão ao ver-te chegar,
De meigo o rosto sorridente,
e tão doce perfume no ar.

Sei que escravo sou,
Nada disso posso negar.
E em sacrifício meu peito te dou,
Mas que nada me deixes faltar.

Nada, que não seja teu rir
Teu ser, o amar e o ver,
Tocar, sentir e ceder: ascender
Para que eu possa existir.

Amo-te, não por alguma razão,
Certo de que o amor não tem por quê.
Se assim o for, é interesse ou só ilusão.

Amar é fato que não se explica para o que crê.  

segunda-feira, 31 de março de 2014

Um mar



Diante deste mar estou.
Coração, barco a deriva,
levado pelas correntes de meus nada simples sonhos.
A esperança projeta seu reflexo sobre a água.
Força eu faço para reconhecer a miragem.
Mas, dane-se: É bem nítido que, se for sonho, prefiro não acordar.
Ao lançar minha rede de anseios, vejo-me pescador de sonhos.
E estes voam rasantes sobre o espelho hídrico, que, às vezes, 
sega-me por instantes, ao refletir seu olhar.
Dá ancora me desfiz há tempos.
Pois não tenho medo de perder o rumo neste mar que estou.
Certo eu de que, como disse o poeta:
“Um pescador tem dois amor.”
Um é te querer e o outro é te sentir.
Banho-me nessas águas a espera de um sonho.
Pois o pescador também ama,
Pois, eu pescador te amo.


sexta-feira, 7 de março de 2014

Sobre o silêncio

Sentado sobre aquela mesma pedra de sempre,
O velho olha o mar.
Forte é o brilho do sol, que não o deixar abrir os olhos por completo.
Mas não o impede de contemplar a beleza daquele grande e indomável amigo,
Que parece cultivar e cativar os elogios do velho faz tempo: dança; sobe e desce maré; emite sons...

Lá longe, veem-se homens recolhendo suas redes repletas de presentes escamosos se debatendo em sincronia com os risos e cantos de alegria dos pescadores. Como que agradecendo pela dádiva, como se fosse uma forma de gratidão do gigante salobro por anos e anos de convívio, respeito e paixão.

Pergunto ao velho e aos pescadores o que o mar lhes significa.
Então, ouço um amarfanhado de palavras, gestos, suspiros e sorrisos que nada consigo compreender, mas saio de lá tão feliz quanto eles.

Meses depois retorno àquele paraíso. E o que vejo, são homens estranhos, com roupas também estranhas, removendo peixes agora negros como o óleo, com cheiro de morte.
Avistei apenas um dos pescadores e perguntei-o pelos outros e pelo velho. Ele contou que o velho tinha há dias morrido de dor e desgosto ao ver seu amigo agonizar e chorar negro e os outros pescadores foram tentar vida em outro lugar.

Perguntei-o porquê não fez o mesmo.
Naquele momento, ele olha para mim e, der repente, suas palavras somem – talvez tenham morrido agonizantes junto com os peixes no mar -, vejo uma lágrima descer em seu rosto e então percebo:

“Às vezes, palavras de nada adiantam, e aquele que se cala muito está dizendo.”

Então senti que o silêncio tem um barulho ensurdecedor.   

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Em uma vida

Cada passo um aprendizado
Cada dor, uma lição.
Cada instante, uma vida.
Cada sorriso um despertar.
Sim, cada evento é um presente.
Cada sono, renovo.
Cada descoberta, um mundo.
Cada tentativa, uma compreensão
Cada choro uma confissão.

É...Milton. A massa que faz o pão vale a luz de todo o suor.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Antes de tudo


Antes de tudo
Antes do mundo
Antes de mim até
Primeiro que o sopro da vida
Que os raios de sol
És tu, mulher.
Andas por todas as veredas
De minh’alma.
Onde chega tua lembrança
Faz morada a felicidade
Mais por amor que pura vaidade,
Reascendes minha esperança
Não permitindo sê-la vã.
Acima de qualquer cina
Muito mais amor e irmã.
Primeiro que o sopro da vida
És Jéssica.


Momento

Para poder te dar prazer
Hei de sagrar-me pó inteiro,
Serei, num todo, verdadeiro

Companheiro de ti somente,
Não haverá um segundo qualquer,
Que não serás a imagem em minha mente.

Doce em palavras,
Sincero em afagos
De tirar-te os suspiros.

E se do caminho serás o lume,
Toda fragrância que então respirar
Há de ser teu perfume.

Hei de morrer de gosto,
Quando a mirar teu rosto
Na força de meu esmo,
Encontrar-me dizendo que te amo
E tu responder-me então o mesmo.

Serei por um segundo infinito
O teu amante apaixonado
Caminharei junto ao teu lado.
Meu amor mais bonito.

Quando pensares no que ocorreu
Terás certeza de que nesse momento

Eu fui completamente teu.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Destino de um, saga de muitos


Eu sou José de Souza, fio de Maria das Dores e Francisco Brasil. 
Do agrião ao corte de cana, aprendi tudo. Só num aprendi a fazê conta. 
Por isso sempre recebi tão miúdo dinheiro por todo meu trabaião. 
Dando duro abaixo desse sór de Deus, criei meus quatro fio inté quando pude. 
Mas um dia o patrão me aparece com umas maquina qu’eu num sabia mexê.
Aí fiquei sem escôia. Peguei meus trapo e com a famía vim tentá, Deus mais eu, a sorte na cidade grande.
Nossa Senhora! Tudo aqui é muito grande. Quase não entendo esse mundo nem as pessoa dele. Ô, gente fria.

Com tanta gente querendo trabaio, mas o patrão pedindo estudo e experiência - roçado num adianta na industria nem no escritório – só me restô o viaduto como teto, a indiferença e o preconceito dos outro. 
Não posso ter orguio de ser brasileiro, pois nem sou orguio para minha famía.