segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Destino de um, saga de muitos


Eu sou José de Souza, fio de Maria das Dores e Francisco Brasil. 
Do agrião ao corte de cana, aprendi tudo. Só num aprendi a fazê conta. 
Por isso sempre recebi tão miúdo dinheiro por todo meu trabaião. 
Dando duro abaixo desse sór de Deus, criei meus quatro fio inté quando pude. 
Mas um dia o patrão me aparece com umas maquina qu’eu num sabia mexê.
Aí fiquei sem escôia. Peguei meus trapo e com a famía vim tentá, Deus mais eu, a sorte na cidade grande.
Nossa Senhora! Tudo aqui é muito grande. Quase não entendo esse mundo nem as pessoa dele. Ô, gente fria.

Com tanta gente querendo trabaio, mas o patrão pedindo estudo e experiência - roçado num adianta na industria nem no escritório – só me restô o viaduto como teto, a indiferença e o preconceito dos outro. 
Não posso ter orguio de ser brasileiro, pois nem sou orguio para minha famía.

Nenhum comentário:

Postar um comentário