Eu
sou José de Souza, fio de Maria das Dores e Francisco Brasil.
Do agrião ao
corte de cana, aprendi tudo. Só num aprendi a fazê conta.
Por isso sempre
recebi tão miúdo dinheiro por todo meu trabaião.
Dando
duro abaixo desse sór de Deus, criei meus quatro fio inté quando pude.
Mas um
dia o patrão me aparece com umas maquina qu’eu num sabia mexê.
Aí
fiquei sem escôia. Peguei meus trapo e com a famía vim tentá, Deus mais eu, a
sorte na cidade grande.
Nossa
Senhora! Tudo aqui é muito grande. Quase não entendo esse mundo nem as pessoa
dele. Ô, gente fria.
Com
tanta gente querendo trabaio, mas o patrão pedindo estudo e experiência -
roçado num adianta na industria nem no escritório – só me restô o viaduto como
teto, a indiferença e o preconceito dos outro.
Não posso ter orguio de ser
brasileiro, pois nem sou orguio para minha famía.
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